O grão de areia que queria ser só
Um grão de areia...pretensioso, ousado, sonhador...
Imaginem que esse mísero grãozinho queria ficar sozinho,
apenas ele e mais nada...ele queria conhecer o nada.
Vira e mexe, no amontoado daquelas minúsculas partículas, conseguia
abstrair tudo a sua volta e, logo estava ele sozinho em pensamento. Mas , com
todo aquele montante de areia, apertado em meio à multidão, o grãozinho mal
podia pensar sozinho, quer dizer, pensar em ficar sozinho.
Sentia-se diferente. No começo pensou ser um visionário,
pois era o único entre tantos outros a ter essa ideia Porém, a única coisa que
ele conseguiu com essa ideia foi o apelido de “Maluco”.
Então, “Maluco”, maluquinho para os íntimos, chegou à
conclusão que ser diferente era algo ruim. Tentou tirar essa ideia absurda de
um dia sair daquela praia, sabe-se lá como, pra viajar o mundo. Podia ser nos
chinelos de um turista, ou até na prancha de um surfista. Entretanto, o tempo
só fez aumentar sua vontade, e entristecer seu coração, com algo quase que
impossível...
Comentários do tipo: “você é só um grão de areia”, ou “tão
pequeno e tão bobo” faziam que seus sentimentos se misturassem. De todo aquele velho
conformismo que o deprime, se fazia brotar uma fé tão sem explicação, era apenas
a fé.
Ele era igual aos outros, todos feitos da mesma matéria, com
basicamente as mesmas origens. A diferença estava em um sutil, mas não pouco
importante detalhe...ele era “Maluco”.
Tinha a capacidade de sair de si e assim de sair dali, de
imaginar o inimaginável, e lutar até mesmo contra as próprias esperanças.
Sempre que olhava para trás, enxergava tantos outros,
aleatórios a própria vida, ficando cada vez mais para longe. E, quando olhava a
sua frente, via o mar imponente, imenso, grande... do tamanho de seus sonhos. Então,
obstinado em seu propósito ele...esperou.
Esperou, esperou, esperou um pouco mais, e esperou.
E, em um dia, que parecia ser como todos os outros dias, ele
veio. O mar veio até o grão de areia e o levou.
Quanto mais longe ele ficava da praia, mais queria ir, sabia
que seu novo caminho não teria fim, ou, que sempre haveria um recomeço pela
frente. Então, ele percebeu que não queria estar só nessa caminhada-era um
mundo inteiro a ser desbravado, isso tem que se dividido- pensou.
Quis levar a praia com ele, mas isso não era possível.
E depois concluiu que era até melhor não levar nada, pois
assim como ele teve fé de que um dia iria partir, agora muito mais forte, ele
acreditava que um dia também iria voltar. Voltaria diferente, com um mundo pra
dividir e histórias incríveis pra contar, voltaria para confirmar algumas
coisas que já eram certezas:
Quem não quer fazer algo diferente, também não quer que
ninguém o faça;
Um dia a D. Esperança pega suas malas e parte, mas nessa
hora a Sra. Fé te abraça forte e diz: “agora que ela(Esperança) se foi, tudo se
torna impossível. Agora que é impossível, eu começo meu trabalho”
A felicidade só e plena quando dividida, porém, a sua busca
infelizmente é solitária;
E a espera. A espera de quem acredita é diferente da falta
de perspectiva de quem desistiu. O que espera e crê, traz à existência aquilo
que antes não havia. O que desiste e não crê, mesmo que se realize o desejo
antes almejado, não o aproveita por deixar desfalecer o sonho em seu coração.
Por isso, grãos de areia, é você ai mesmo, este é o segredo:
CRÊ SOMENTE!
“ Ora, a fé é a
certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se
vêem.”(Hebreus 11:1)
“Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para
um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.” (Hebreus
11:8)
Nenhum comentário:
Postar um comentário