quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Estou vivo!- gritou o grão de areia.


O grão de areia que queria ser só
Um grão de areia...pretensioso, ousado, sonhador...
Imaginem que esse mísero grãozinho queria ficar sozinho, apenas ele e mais nada...ele queria conhecer o nada.
Vira e mexe, no amontoado daquelas minúsculas partículas, conseguia abstrair tudo a sua volta e, logo estava ele sozinho em pensamento. Mas, com todo aquele montante de areia, apertado em meio à multidão, o grãozinho mal podia pensar sozinho, quer dizer, pensar em ficar sozinho.
Sentia-se diferente. No começo pensou ser um visionário, pois era o único entre tantos outros a ter essa ideia  Porém, a única coisa que ele conseguiu com essa ideia foi o apelido de “Maluco”.
Então, “Maluco”, maluquinho para os íntimos, chegou à conclusão que ser diferente era algo ruim. Tentou tirar essa ideia absurda de um dia sair daquela praia, sabe-se lá como, pra viajar o mundo. Podia ser nos chinelos de um turista, ou até na prancha de um surfista. Entretanto, o tempo só fez aumentar sua vontade, e entristecer seu coração, com algo quase que impossível...
Comentários do tipo: “você é só um grão de areia”, ou “tão pequeno e tão bobo” faziam que seus sentimentos se misturassem. De todo aquele velho conformismo que o deprime, se fazia brotar uma fé tão sem explicação, era apenas a fé.
Ele era igual aos outros, todos feitos da mesma matéria, com basicamente as mesmas origens. A diferença estava em um sutil, mas não pouco importante detalhe...ele era “Maluco”.
Tinha a capacidade de sair de si e assim de sair dali, de imaginar o inimaginável, e lutar até mesmo contra as próprias esperanças.
Sempre que olhava para trás, enxergava tantos outros, aleatórios a própria vida, ficando cada vez mais para longe. E, quando olhava a sua frente, via o mar imponente, imenso, grande... do tamanho de seus sonhos. Então, obstinado em seu propósito ele...esperou.
Esperou, esperou, esperou um pouco mais, e esperou.
E, em um dia, que parecia ser como todos os outros dias, ele veio. O mar veio até o grão de areia e o levou.
Quanto mais longe ele ficava da praia, mais queria ir, sabia que seu novo caminho não teria fim, ou, que sempre haveria um recomeço pela frente. Então, ele percebeu que não queria estar só nessa caminhada-era um mundo inteiro a ser desbravado, isso tem que se dividido- pensou.
Quis levar a praia com ele, mas isso não era possível.
E depois concluiu que era até melhor não levar nada, pois assim como ele teve fé de que um dia iria partir, agora muito mais forte, ele acreditava que um dia também iria voltar. Voltaria diferente, com um mundo pra dividir e histórias incríveis pra contar, voltaria para confirmar algumas coisas que já eram certezas:
Quem não quer fazer algo diferente, também não quer que ninguém o faça;
Um dia a D. Esperança pega suas malas e parte, mas nessa hora a Sra. Fé te abraça forte e diz: “agora que ela(Esperança) se foi, tudo se torna impossível. Agora que é impossível, eu começo meu trabalho”
A felicidade só e plena quando dividida, porém, a sua busca infelizmente é solitária;
E a espera. A espera de quem acredita é diferente da falta de perspectiva de quem desistiu. O que espera e crê, traz à existência aquilo que antes não havia. O que desiste e não crê, mesmo que se realize o desejo antes almejado, não o aproveita por deixar desfalecer o sonho em seu coração.
Por isso, grãos de areia, é você ai mesmo, este é o segredo: CRÊ SOMENTE!
 “ Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem.”(Hebreus 11:1)
“Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.” (Hebreus 11:8)


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Terça-feira, 16h:13...Eureka!

Era terça- feira, exatamente 16h:13. 
Ela fez uma grande descoberta!
Era no mínimo estranho, pois quem faz GRANDES descobertas
em uma tarde de terça?
Então, sentiu-se agraciada com essa dádiva concedida.
Levantou-se e saiu...

Ora, quem guardaria tão preciosa informação
capaz de reverter a morte em vida consigo,
em um quarto de 3,20m por 2,80m?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Lagarta

Resolvi, como tantos outros e outras, escrever. Porém, como escrever sobre sentimentos sem ser piegas?
Amor, revolta, incertezas, desilusões, momentos vibrantes, pessoas interessantes, amigos, família, política, futebol...sempre haverá assuntos para serem reinventados com o toque sutil e singular de cada um, modificado apenas pela estética, mas a expectativa final de surpreender o leitor é irremediavelmente igual, simplesmente por que nunca escrevemos só para nós ou, só por nós mesmos.
Mesmo com a liberdade da licença poética, não estamos realmente "livres" na escrita. Seguimos, o mínimo que seja, alguma regra ortográfica, mesmo quando o "menas", ou o "mim" usado na conjugação de um verbo impera, colocamos nossas elucidações expostas para os "bons entendedores de meias palavras, que interpretam nossas letras pingadas". Escrevemos sempre para um outro.
Queremos ser lidos
Usamos a comunicação e adoramos usá-la
E hoje, eu quero escrever para alguém. Para quem?
Pra VOCÊ!
Vim aqui te falar sobre lagartas. Só lagartas.
Aquelas desprezadas que comem as flores. Lembrou?
Estou aqui dedicando esse post as lagartas, pois eu não vejo fase mais interessante que esta para representar a metamorfose. E as borboletas? Nããããão, não é preciso falar sobre elas, já foram descritas inúmeras vezes, acabam perdendo um pouco a graça de tanto que se fala. As borboletas é que nunca se esquecem que um dia foram lagartas, pois, sem a humildade gerada pela essência, elas não seriam tão belas. Então, lagartas de todo o mundo, alegrem-se, aqui hoje só da vocês!
Ser lagarta é feio. Sim, ser lagarta é peçonhento. Ser lagarta é correr o risco de não completar a vida. Ser lagarta é ter sempre a sensação de que ainda não se esta pronto para alçar seus voos. 
Ninguém quer ser a lagarta, nem mesmo ela. Todos querem ser como borboletas, lindas, leves, completas, mas passar pela fase do verme, ninguém quer. Todos queremos o final feliz, sem o começo incerto e o meio cansativo.
Metamorfose, mudança, transformação... todas essas etapas são impossíveis sem a luta da superação dos próprios defeitos, dos medos, sem se despir da arrogância e prepotência de uma superioridade infantil e mentirosa.
Construir com muito suor e esforço o próprio casulo, e lá, sozinho, esperar, esperar, e esperar. Nessa morte em vida, retira-se a casca, o que não se precisa mais, tudo fica pra trás, a crisálida separa o essencial, só se leva a lição.
Enfim, morre a lagarta. Morre a lagarta. Morre a lagarta?
Não, ela não morreu, está lá, debaixo daquelas asas, é ela, mas como esta bonita, como cresceu. Agora, a lagarta com essas asas forjadas nas dificuldades, lutas, desafios e auto sacrifício, pode voar. Ela virou uma lagarta de asas. Os mais desavisados, que não sabem de sua história cheia de altos e baixos, ainda a chamam de borboleta, é seu apelido.
  

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada

Hoje, vi em uma rua por onde passava, uma casa com parte de seu telhado quebrado.
Uma casa bonita, bem estruturada, com um jardim impecável, e bem ornamentado. Em meio a tanta beleza, quase não percebi que seu telhado estava quebrado, foi realmente difícil avistar aquele detalhe quase que imperceptível.
Pensei na possibilidade de que os donos daquela linda casa apenas se esqueceram de trocar as telhas, pois, realmente com tanta beleza aparente na fachada da casa, e o trabalho que tinham em mantê-la, ficaria difícil ter tempo de cuidar de tudo. Depois de um tempo, já longe daquela casa, pensei que eu podia estar errada sobre o pequeno descuido dos donos, pois para mim, que era apenas uma das muitas pessoas que passavam e olhavam por fora, aquele descuido parecia apenas algo pequeno, diante da visão do belo jardim, muito bem cuidado, com flores lindas das mais diversas espécies, ao redor de uma arquitetura fenomenal, digna de uma moradia de reis...aparentemente perfeita...
Na verdade, os moradores deviam ter um trabalho imenso para deixar a parte externa intacta, mas sofrerem um bocado com a parte do telhado aberto, exposto a chuvas e o sol forte, imaginei os estragos que esse buraco devia fazer a toda a parte interna da moradia...

Eu fui como aquela casa de telhado quebrado...
Eu sorria muitas vezes para não chorar na frente de estranhos, para mostrar ser forte. Eu me arrumava para que pessoas que eu nunca falei em minha vida, olhassem para mim e quisessem se aproximar... mas quando eu falava, quando proferia as palavras, toda aquela amargura jorrava, expondo o que havia por dentro, não podia esconder o que eu realmente sentia.
O meu telhado estava quebrado, e por ele entravam as maldades e o sofrimento que a vida proporcionava.
O nosso telhado é o nosso coração e, como ele está exposto a tudo, muitas vezes fica difícil disfarçar, e por muitas vezes até tentamos, quando sorrimos por fora, guardando todo aquele peso por dentro...
Um dia, alguém bateu a porta da minha casa e disse: posso entrar?
Posso morar aqui com você e te ajudar?
E eu, já cansada, não pude dizer não, o deixei entrar...
A partir deste dia, Ele está sempre comigo, e aos poucos foi consertando meu frágil telhado, me deu segurança, me deu também alegria. Ele foi um filho de carpinteiro, que morreu em uma cruz com a seguinte condenação: Ser o rei dos reis.
Ele fez tudo aquilo que ninguém mais pode fazer, por minha vida, minha casa. Chega de manter uma vida de aparências, chega de manter a tristeza como companheira...o tempo agora é o de reconstrução, renascimento e de paz em Jesus Cristo!